– Imagina a gente lá…
– Lá é muito longe, eu nem sei onde fica.
– É perto do Alasca, eu acho.
– Deve ser muito frio, isso sim.
– Deixa de ser chata e imagina!
– Tá bom…
– A gente podia acordar cedo todo o dia, pescar e fazer o almoço à tarde com a pesca da manhã.
– Eu não sei cozinhar…
– A gente ligava pra minha mãe pra perguntar.
– Hmm…
– A gente podia construir uma rede na frente da nossa casa pra relaxar e ver a paisagem. Lá devem ter muitos pássaros diferentes, tucanos… acho que devem passar elefantes de vez em quando!
– Tenho medo de elefantes! Muito medo…
– Mas esses são diferentes. Eles são amigos e gostam de carinho. Eles brincam de jogar água na gente nos dias de muito calor pela tromba que eles têm.
– Eles são legais, então…?
– Muito! E lá tem praia de areia boa que não machuca o pé e que é boa de fazer castelo.
– Você nem sabe fazer castelinho direito. E você não sabe o que está dizendo, se minha mãe souber dessa conversa ela vai ficar brava.
– Ela não precisa saber. Olha ela lá! Ela tá longe, não dá pra ouvir…
– Vamos no balanço? Eu gosto de balançar…
– … e então eu iria até o fim do arco-íris, porque ele é perto de onde nós vamos morar.
– Nós vamos?
– Sim, vamos. E eu vou pegar o pote de ouro que fica no fim dele pra dar pra você. Você vai poder comprar quantas bonecas quiser.
– Legal! Seria bem legal mesmo… obrigada.
– E eu vou pegar a lã de todas as ovelhinhas que estiverem no quintal da nossa casa pra fazer um casaco bem quentinho pra você.
– Lá deve ser muito frio…
– Você já disse isso. Por isso teremos ovelhas. E teremos também um parquinho dentro de casa, assim não precisamos nem sair lá fora pra brincar nos dias de neve!
– Nossa! Eu nunca vi neve!
– Lá neva. Podemos construir bonecos de neve no quintal.
– Legal! Mas… eu não durmo à noite sem minha mãe na casa. Tenho medo.
– Tudo bem, porque lá o céu é baixo, e eu vou pegar a minha escada de madeira, que o meu pai construiu pra mim quando eu era bem pequeno, esticar minha mão e pegar uma estrela bem brilhante no céu, a mais brilhante, pra colocar no seu quarto. Assim você não fica com medo, e tem bons sonhos.
– Nossa… queria que fosse verdade.
– E vai ser.
– Como você sabe? Criança não sabe de nada, minha mãe sempre diz.
– Eu sei porque somos livres. Quem é livre faz o que quer.
– Que história é essa?
– Uma que meu pai me contou.
– Me conta, então.
– Eu não lembro direito, ele tava no pé da minha cama, eu estava adormecendo. E ele falava da mamãe que foi embora com um outro pai que eu tenho, mas que eu não conheço, pra ser feliz. Ela foi pra outra casa.
– Outro pai?
– Acho que é… mas eu não gosto de saber. Gosto de ter um pai só. A mamãe me visita às vezes. E eu perguntei pro papai se ele não fica bravo por causa de tudo isso…
– E ele disse o quê?
– Disse que não… que ele dá a liberdade pra mamãe fazer o que quiser, se for pra ela ser feliz. Então eu posso te dar a liberdade de viver todas essas coisas comigo.
– E por que isso? Não entendi direito…
– Porque o papai me contou, antes de me dar um beijo na testa de boa noite, que o amor é isso… que o amor é liberdade.
❤ Meu favoritooo!!
Obrigada, linda!!!
Eu que acompanho desde o outro blog,
acho lindo ler toda essa evolução.
beijo grande de longe.
Gui
Você é um querido, mesmo. E uns ventos me contaram que você tem um talento grande pra escrita. Eu acreditei neles, fiz bem? Um beijo grande de não tão longe, só de algumas horinhas.
Que coisa mais linda! *u*
Obrigada =)
Perfeito!
Obrigada, querida!
lindo lindo lindo!! Ameeeei 🙂
Obrigada, Tcheli =)
Fico feliz!!!
Muito bom.
Orgulhoso.
Muito obrigada =)